Iluminação residencial - Parte I
Um dos principais elementos que merece atenção e cuidado num projeto residencial é a iluminação. Ela pode tanto valorizá-lo como também prejudicar completamente a sua composição. O arranjo de diferentes efeitos de luz num ambiente é fundamental para criar no espaço elementos de destaque ou até mesmo diferentes cenas num mesmo cômodo da casa. O ideal é contratar um profissional qualificado para fazer o projeto luminotécnico para a sua residência, mas hoje vou destacar alguns elementos fundamentais que podem facilitar o seu diálogo com o arquiteto ou designer de interiores.
TEMPERATURAS DA LUZ (Cor da luz)
No âmbito dos projetos para espaços interiores, existe um consenso de que a luz com temperatura mais baixa (a amarela) deve ser utilizada para os espaços de descanso e estar, como a sala e os quartos. Já a luz com temperatura mais alta (a branca ou a neutra) deveria ser utilizada em ambientes de serviço como cozinha, área de serviço e sanitário. Para mim esse conceito deve ser melhor entendido, principalmente porque a temperatura da luz está diretamente ligada a sensação térmica no ambiente. Uma temperatura de luz mais baixa de fato propicia um espaço mais aconchegante, mas se essa residência estiver inserida numa região com clima muito quente essa luz pode provocar uma sensação de calor desagradável. A mesma coisa acontece com uma luz branca em um clima muito frio. Portanto, é importante estar atento ao tipo de temperatura de luz que você prefere, além dos efeitos que você quer que seu ambiente transmita.
Na foto acima pode-se observar a diferença que a temperatura de cor da lâmpada provoca no ambiente. Fonte: http://www.lustreco.com.br/wp-content/uploads/2015/10/LED3.jpg
ILUMINAÇÃO DIRETA x ILUMINAÇÃO INDIRETA
Um ambiente pode apresentar os dois tipos de iluminação ou apenas um deles. A iluminação direta costuma ser a mais utilizada de maneira geral, uma vez que a indireta está na maioria das vezes ligada a iluminações de efeito decorativo ou está associada a algum outro sistema de iluminação direta existente, possuindo apenas função complementar.
TIPOS DE LÂMPADAS
A classificação mais abrangente quanto ao tipo de lâmpadas que podemos fazer é entre incandescente, fluorescente e LED. Vale ressaltar que as lâmpadas incandescentes não serão mais comercializadas no país a partir do final deste mês. O processo de proibição da venda de lâmpadas incandescentes começou há quatro anos e tem como objetivo reduzir o consumo de energia elétrica através da gradual substituição dessas lâmpadas pela tecnologia de LED, que além de ser muito mais econômica e duradoura já é amplamente utilizada em outros países.
Diferença básica entre as lâmpadas incandescentes, fluorescentes e as de LED
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/
Não existe um padrão ou uma definição dos tipos de lâmpadas que são certos ou errados para serem usados em ambientes residenciais internos. Existem alguns tipos de lâmpadas que são muito utilizados e que costumam estar quase sempre presentes em projetos residenciais:
Lâmpadas tipo AR 48, 70 e 111
“AR” significa refletor de alumínio, traduzido do inglês Aluminium Reflector. Por possuir um foco de luz altamente concentrado variando com abertura de 4 a 24 graus, esse tipo de lâmpada é ideal para destacar objetos ou obras de arte, principalmente os que estiverem a longa distância, bem como para delimitar espaços. Trata-se de um tipo de lâmpada halógena.Os três tipos de AR disponíveis no mercado se diferenciam em relação a altura do pé direito do ambiente que irão atender.
AR 48: ideal para pequenas distâncias entre o objeto e a lâmpada
AR 70: ideal para pé direito de até 3 metros de altura
AR 111: ideal para pé direito muito alto, com no mínimo 3 metros de altura
Sem dúvida, a AR 70 e a AR 111 são as mais utilizadas no mercado. No projeto de um apartamento, por exemplo, esse tipo de lâmpada costuma estar incidindo sobre a mesa de centro ou sobre alguma mesa lateral ao sofá, o que lhe confere como função predominante a de luz decorativa.
Nesta sala, as lâmpadas AR 70 criam dois focos de luz na mesa de centro em madeira
Fonte: www.joanarequiao.com
Lâmpadas tipo PAR 20 e PAR 30
Também é uma lâmpada halógena. PAR significa refletor parabólico de alumínio e vem do inglês Parabolic Aluminium Reflector. A diferença entre a PAR 20 e a PAR 30 está no tamanho e na potência. Ainda existe a PAR 16. As lâmpadas PAR são muito utilizadas para a iluminação de bancadas em sanitários, iluminação de closets, salas e quartos.
Iluminação dos sanitários com PAR 20
Fonte: http://casaeconstrucao.org/projetos/banheiros-modernos/
Lâmpadas dicróicas
Apesar de poderem ser utilizadas para iluminação geral, devem ser utilizadas preferencialmente para iluminação de destaque. A diferença das dicroicas em relação às lâmpadas do tipo AR é que aquelas devem ser utilizadas o mais próximo possível do objeto para destaca-lo, enquanto estas são ideais para longas distâncias entre o objeto e a fonte de luz.
Lâmpadas dicroicas destacam a fotografia em formato tríptico
Fonte: www.marianagurgel.com.br
Lâmpadas Fluorescentes
Também conhecidas como lâmpadas eletrônicas, as lâmpadas fluorescentes possuem variados formatos no mercado (tubulares e compactas) e possibilitam uma redução ao consumo de energia em relação aos outros tipos de lâmpadas. Nas versões tubulares de LED, o reator foi eliminado, bastando para a instalação a própria lâmpada. Pode ser usada em todos os ambientes da casa.
Detalhe no forro feito com lâmpadas fluorescentes tubulares
Fonte: https://referans.files.wordpress.com
TIPOS DE LUMINÁRIAS
As opções de luminárias são quase infindáveis, a sua escolha varia em função de uma série de quesitos: função de uso, design, custo, tipo de iluminação, tipo de forro, etc. Aqui vou listar os modelos que vemos com maior frequência no âmbito de projetos residenciais.
Plafon
Pode ser de embutir, se houver forro, ou de sobrepor, se houver apenas a laje. O plafon geralmente é responsável pela iluminação central e geral do cômodo e pode proporcionar tanto iluminação direta como também iluminação indireta.
No quarto de bebê, o plafon de sobrepor proporciona iluminação indireta
Fonte: www.marianagurgel.com.br
Arandela
É um modelo de luminária que fica preso à parede e não ao teto. Geralmente possui função decorativa.
Arandelas bifocais que destacam a parede
Fonte: http://2.bp.blogspot.com
Pendente
Na maioria das vezes é o modelo de luminária que recebe maior destaque no projeto, principalmente se for o de uma sala. Apesar de já estar sendo utilizado em outros lugares nos projetos residenciais, na maioria das vezes ele é posicionado sobre a mesa de jantar.
O pendente é elemento de destaque no projeto de Chris Hamoui
Fonte: http://s2.glbimg.com/
Spots
É o modelo de luminária utilizado para abrigar as lâmpadas dicroicas e halógenas principalmente. Possuem formato redondo ou quadrado reduzido, geralmente de 10x10 cm.
Acima do sofá, spots abrigam as mini dicroicas que destacam a parede dos quadros
Fonte:www.theblend.com.br
Na próxima semana continuarei falando mais sobre iluminação, mas dessa vez sobre efeitos de iluminação e detalhes de iluminação no projeto arquitetônico. Acompanhem por aqui!