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Um pouco sobre o design e o mobiliário nacional

Vou falar brevemente sobre o mobiliário brasileiro através de alguns designers nacionais que contribuíram ou contribuem para o design nacional com peças singulares que são objeto de desejo em muitos projetos. Claro que o leque de bons designers que temos é extremamente vasto (ainda bem), então torna-se praticamente impossível discorrer aqui sobre todos os profissionais de destaque que temos. Nesse post vocês vão encontrar os que eu considero mais relevantes e que me interessam mais, seja pelo método criativo ou pelo resultado estético das peças.


Zanini de Zanine Caldas

Filho do arquiteto José Zanine Caldas, Zanine de Zanine Caldas é graduado em design industrial e teve a oportunidade de estagiar com o renomado arquiteto Sergio Rodrigues, onde prouziu seu primeiro móvel. Atualmente é um dos designers de móveis de maior destaque no país. Dono de uma carreira marcada por vastas premiações, o seu início foi marcado pela produção de móveis em madeira maciça com peças de demolição (colunas, vigas e mourões de casas antigas), migrando posteriormente para a criação de uma linha de móveis com peças produzidas industrialmente, usando além da madeira outros materiais como plástico, metacrilato, metais e partes de outros produtos industrializados.



Marcelo Rosenbaum

Nacionalmente famoso por já ter aparecido diversas vezes em programas de televisão, Marcelo Rosenbaum possui um estilo único baseado nas raízes culturais brasileiras, agregando sempre inovação e conforto às suas criações. Apesar de não possuir o diploma de maneira oficial pelo fato de ter se preocupado em exercer o ofício de arquiteto e designer desde cedo, é um dos designers com maior produção nacional. Sempre em intensa atividade criativa, o designer busca se aventurar pelo país afora em busca de novas referências e a consequente renovação do seu trabalho. Como exemplo dessa marca de criação temos a linha de móveis Caruaru assinada pelo design, que surgiu como resultado de sua visita à feira de Caruaru em Pernambuco. Segundo Rosenbaum, o visual improvisado e harmônico o inspiraram a criar uma linha em móveis de pinus com detalhes coloridos, além de estampas com xilogravuras, presentes na literatura de cordel, umas das marcas da feira.


Móveis da linha Caruaru assinados por Rosenbaum


Estudiobola

O nome do estúdio surgiu de uma brincadeira com as primeiras sílabas do sobrenome dos dois sócios – Flávio Borsato e Maurício Lamosa, que se conheceram na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie, em São Paulo. Criado em 2001 o Estudiobola atua no segmento de desenho industrial, com linhas consistentes de mobiliário, sempre partindo das proporções confortáveis, estética e fisicamente, dos clássicos para criar móveis mais joviais e limpos. Além disso, também desenvolvem adornos, tecidos e revestimentos para arquitetura.


Sergio Rodrigues

Foi o primeiro design brasileiro a tornar-se internacional. Graduado em Arquitetura em 1951 pela Faculdade Nacional de Arquitetura, no Rio de Janeiro, Sergio começou a criar móveis adaptados ao clima e à cultura brasileiros, marca que o consagrou como designer conhecido em larga escala internacional, tendo muito prestígio em grandes eventos como o Salão Internacional do Móvel de Milão. A produção de Sergio utiliza-se basicamente de madeira, couro e palha natural, sendo a madeira a sua matéria-prima favorita. Para Sergio, o design devia refletir a cultura de sua terra e é por isso que se diz que a sua maior contribuição ao design brasileiro foi a de lhe imprimir uma identidade própria.




Oscar Niemeyer

O nome dispensa maiores apresentações. Apesar de ter atuado pouco na linha de produção de mobiliário, as peças desenhadas pelo arquiteto merecem destaque na história do design de móveis brasileiros pelo desenho inovador e ousado, baseado na maioria das vezes nas linhas sinuosas e sensuais presentes na mulher brasileira, que segundo ele era a sua maior fonte de inspiração. A maioria das peças era produzida com estrutura de madeira prensada, palhinha natural e couro.




Paulo Mendes da Rocha

É um dos arquitetos brasileiros mais importantes atualmente, tendo completo reconhecimento internacional de sua carreira ao ganhar o Prêmio Pritzker de Arquitetura em 2006. Não há quase nada criado por ele como designer de mobiliário. Das suas criações, a que se destaca em larga escala desde a sua concepção até os dias atuais é a Poltrona Paulistano, que consiste em uma cadeira estruturada com barra de aço flexível com assento e encostos construídos por uma capa de couro ou tecido. Projetada para as varandas do clube paulistano em 1958, essa poltrona tornou-se famosa por sua leveza e elegância e entrou para a coleção permanente do MoMA.




Aristeu Pires


Baiano e graduado em ciências da computação, Aristeu Pires tornou-se autodidata e se firmou como expressivo criador de móveis. A sua produção é intensamente artesanal e usa muita madeira maciça aliada a tecidos, couro ou algodão cru. Segundo ele, as suas principais influências no mundo do design são Sergio Rodrigues e o design dinamarquês Hans Wegner.


Irmãos Campana

[endif]--Eles costumam dizer que a sua obra surge do “caos nosso de cada dia”. A dupla é formada por Humberto Campana e Fernando Campana, cuja parceria estreou coma coleção de cadeiras de ferro Desconfortáveis. Como base da sua produção criativa, os irmãos Campana estão sempre em busca de materiais que normalmente são desprezados ou esquecidos e jamais seriam relacionados a objetos de design. Como exemplo de fonte de matéria-prima temos lâminas de plástico bolha, filme de PVC, lanterna de mecânico, papelão corrugado, dentre outros. A lista de materiais inusitados engloba ainda PVC, piaçava e feltro. Essa singularidade da dupla lhe trouxe grande reconhecimento internacional. Hoje eles são uma das atrações mais aguardadas no Salão Internacional do Móvel de Milão. ![endif]--





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